Dia do Livro: Vozes das Periferias fecha parceria para fomentar leitura na favela
23 de abril é comemorado o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor e para celebrar a data parceria distribui 150 livros na favela da Vila Prudente
No dia 23 de abril é comemorado o Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, data que visa estimular a reflexão sobre a leitura. Entre os benefícios desse hábito estão o estímulo à criatividade, melhora na concentração e memorização, além do enriquecimento no vocabulário e conhecimento de outras culturas. Apesar dos bônus vindos a partir da leitura, aqui no País ela é pouco praticada visto que, segundo a 5ª edição da pesquisa Retratos da leitura no Brasil, os brasileiros leem, em média, 5 livros por ano, sendo 2,5 inteiros e 2,4 em partes.
O estudo, que entrevistou mais de 8 mil pessoas em 208 municípios, mostrou que o número de leitores caiu em 4 anos. Em 2015, 56% dos brasileiros tinham o hábito de ler, enquanto, em 2019, a porcentagem foi para 52%. Além disso, também foi levantado que as pessoas pertencentes às classes A e B leem mais que C, D e E.
A dificuldade que as classes mais pobres têm em acessar a cultura está claramente ligada a esses números, visto que 5% dos leitores disseram não ter lido mais porque os livros são caros; e 7% dos leitores porque não há bibliotecas por perto.
Tendo conhecimento sobre a importância de estimular a leitura, o Instituto Vozes das Periferias | Rede Gerando Falcões fechou uma parceria no Dia Mundial do Livro com Mateus Costa, autor da obra Lucas e Takashimi e os sentimentos no tempo, para distribuir 150 livros para as crianças e jovens que atendemos na Vila Prudente e Jd. Sinhá.
Para o escritor, mesmo em uma era digital em que o WhatsApp e o Netflix estão tão presentes na nossa vida, a leitura continua muito importante para estimular a imaginação e a criatividade. Parafraseando Albert Einstein, Mateus deixa o seguinte recado: “A imaginação é mais importante que o conhecimento”.
Richard Delmondes, aluno de artes, e o escritor Mateus Costa durante ação de doação de livros
Mikaelly conta como foi a experiência de participar do curso de arquitetura e construir o próprio projeto de reforma do nosso escritório.
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Mikaelly, 16 anos
Mikaelly, 16 anos, é aluna de qualificação do Vozes das Periferias. Em 2019, se formou no curso de Arquitetura e foi convidada, junto com outros 3 colegas de classe, a criar o projeto de reforma do nosso escritório. O espaço passou por uma grande mudança e hoje conseguimos utilizar muito melhor nossas salas.A jovem também realizou outros cursos da área de tecnologia e comunicação, e seu crescimento está sendo muito maior do que o esperado."O Vozes é uma escada para as realizações do meu sonho. Lá eu aprendi que para você vencer tem que ter, acima de tudo, garra".Mika também é voluntária de operações gerais e nos auxilia em nossas atividades de esporte, cultura e qualificação profissional. Sem dúvidas, essa jovem sonhadora ainda vai conquistar o mundo.
Luiz Alberto, 20 anos
Luiz foi aluno do curso de Gestão de Projetos, em parceria com a Comparex, em 2018. A dedicação do jovem durante as aulas o fez estar entre os melhores, concorrendo por uma vaga de emprego na empresa apoiadora."Participar deste curso foi um divisor de águas em minha vida profissional e pessoal, porque lá eu e meus colegas aprendemos muito mais do que as práticas de gestão de projetos, nós aprendemos valores que levaremos para a vida como o #TamoJunto e o #VaiKida".Hoje, Luiz trabalha na SoftwareONE, antiga Comparex, onde cresce a cada dia junto com profissionais qualificados e trilha a sua carreira. Sem dúvidas, essa oportunidade mudou a vida do jovem e abriu diversas portas, transformando sua história e a de sua família.
Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11
Os irmãos Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11, são alunos da oficina de Dança de Rua do Vozes das Periferias e dão um show de talentos.Os b-boys fazem da arte a força para superar qualquer dificuldade e só abaixam a cabeça se for um passo da dança. Eles se dedicam a aprender e a serem melhores a cada dia, desde o hip hip até o passinho do funk. Os meninos ainda se apresentam em locais como a Av. Paulista e estações do metrô, mostrando que a favela é potência e cultura de rua pode chegar onde quiser.
Kayrone, 15 anos
Kayrone, 15 anos, é aluna da oficina de Jiu Jitsu do Vozes das Periferias e voluntária do projeto auxiliando os mais novos durante a aula. Desde o início se mostrou muito interessada e pró-ativa, querendo aprender sempre mais. A princípio seu objetivo era usar o esporte como uma forma de autodefesa, já que os casos de violência contra mulher estão cada vez maiores. Mas com o tempo foi se encantando e trazendo o Jiu Jitsu para vida."O que eu mais gosto no jiu é que independente da sua faixa ou tempo de treino todos se ajudam e crescem juntos".Hoje, Kayrone treina na Academia Nova União SP Mooca, onde ganhou uma bolsa graças a ponta feita pelo atleta e professor Erick Silva.Sua força e garra representa a classe feminina das favelas. Voe alto!