28 de setembro: Dia Internacional do Acesso Universal à Informação
É direito de todo cidadão ter acesso à informação, mas a realidade é bem diferente, principalmente para pessoas mais pobres
O Dia Internacional do Acesso Universal à Informação foi criado em 2015 pela Unesco e incluído no calendário da Assembleia Geral das Nações Unidas em 2019. A celebração dessa data tem como objetivo conscientizar a população que todo mundo deve ter o direito de ser informado sobre os acontecimentos que refletirão na sua vida, como o destino de uma verba pública, uma pandemia mundial e novas leis.
Democratizar a informação é tão importante que aqui no Brasil existe a Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527) criada em 2011. Seu principal objetivo é garantir que qualquer pessoa física ou jurídica possa solicitar e ter acesso a informações de órgãos ou entidades públicas em nível federal, estadual ou municipal.
No entanto, isso não é realidade. As favelas e periferias são as que mais sofrem com a falta de informação.
De um lado, existe a mídia que muitas vezes transmite a informação de uma forma viesada, ou seja, com distorção do julgamento, e sem uma linguagem entendível. Do outro lado, estão os políticos que, de fato, não querem que um morador saiba que pode ser despejado a qualquer momento ou que um medicamento que antes era gratuito, passará a ser cobrado.
Por isso, é importante que, como cidadão, você cobre o que é seu por direito. Além disso, é essencial que a gente também seja questionador e não acredite em tudo que chega até nós. Verifique um fato antes de repassá-lo, por exemplo. As temidas fake news (notícias falsas) querem te confundir e não que você tenha acesso a informações verídicas.
O Vozes das Periferias nasceu em 2013 como um jornal com o objetivo de democratizar o acesso à informação. A nossa equipe trabalha com assuntos e temas que são do interesse de quem mora em favelas e periferias de São Paulo.
Além do portal de notícias, o instituto trabalha também com jornal impresso para garantir que as informações cheguem a todos. Não é porque uma pessoa não tem um celular ou internet que ela não deve saber o que acontece ao seu redor.
Desde a sua primeira edição, já foram mais de 60 mil tiragens distribuídas em territórios onde muitas vezes a informação não chega ou chega distorcida.
Continue acompanhando o trabalho do Vozes das Periferias no site e nas redes sociais.
Mikaelly conta como foi a experiência de participar do curso de arquitetura e construir o próprio projeto de reforma do nosso escritório.
Saiba mais
Mikaelly, 16 anos
Mikaelly, 16 anos, é aluna de qualificação do Vozes das Periferias. Em 2019, se formou no curso de Arquitetura e foi convidada, junto com outros 3 colegas de classe, a criar o projeto de reforma do nosso escritório. O espaço passou por uma grande mudança e hoje conseguimos utilizar muito melhor nossas salas.A jovem também realizou outros cursos da área de tecnologia e comunicação, e seu crescimento está sendo muito maior do que o esperado."O Vozes é uma escada para as realizações do meu sonho. Lá eu aprendi que para você vencer tem que ter, acima de tudo, garra".Mika também é voluntária de operações gerais e nos auxilia em nossas atividades de esporte, cultura e qualificação profissional. Sem dúvidas, essa jovem sonhadora ainda vai conquistar o mundo.
Luiz Alberto, 20 anos
Luiz foi aluno do curso de Gestão de Projetos, em parceria com a Comparex, em 2018. A dedicação do jovem durante as aulas o fez estar entre os melhores, concorrendo por uma vaga de emprego na empresa apoiadora."Participar deste curso foi um divisor de águas em minha vida profissional e pessoal, porque lá eu e meus colegas aprendemos muito mais do que as práticas de gestão de projetos, nós aprendemos valores que levaremos para a vida como o #TamoJunto e o #VaiKida".Hoje, Luiz trabalha na SoftwareONE, antiga Comparex, onde cresce a cada dia junto com profissionais qualificados e trilha a sua carreira. Sem dúvidas, essa oportunidade mudou a vida do jovem e abriu diversas portas, transformando sua história e a de sua família.
Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11
Os irmãos Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11, são alunos da oficina de Dança de Rua do Vozes das Periferias e dão um show de talentos.Os b-boys fazem da arte a força para superar qualquer dificuldade e só abaixam a cabeça se for um passo da dança. Eles se dedicam a aprender e a serem melhores a cada dia, desde o hip hip até o passinho do funk. Os meninos ainda se apresentam em locais como a Av. Paulista e estações do metrô, mostrando que a favela é potência e cultura de rua pode chegar onde quiser.
Kayrone, 15 anos
Kayrone, 15 anos, é aluna da oficina de Jiu Jitsu do Vozes das Periferias e voluntária do projeto auxiliando os mais novos durante a aula. Desde o início se mostrou muito interessada e pró-ativa, querendo aprender sempre mais. A princípio seu objetivo era usar o esporte como uma forma de autodefesa, já que os casos de violência contra mulher estão cada vez maiores. Mas com o tempo foi se encantando e trazendo o Jiu Jitsu para vida."O que eu mais gosto no jiu é que independente da sua faixa ou tempo de treino todos se ajudam e crescem juntos".Hoje, Kayrone treina na Academia Nova União SP Mooca, onde ganhou uma bolsa graças a ponta feita pelo atleta e professor Erick Silva.Sua força e garra representa a classe feminina das favelas. Voe alto!