Como lidar com as crianças na quarentena utilizando o espaço e tempo de forma lúdica
Muitos pais estão confusos e não sabem como lidar com as crianças na quarentena. É claro que cada ambiente familiar tem suas peculiaridades, mas existem algumas recomendações gerais que podem ajudar. Em entrevista ao nosso site, a psicóloga Cida Coutinho deu algumas dicas para que pais e filhos possam melhorar este convívio. Confira!
Diminua as exigências e a autocobrança
Não é hora de perfeccionismo, a atual situação pede flexibilidade. Tanto pais como filhos devem estar dispostos a verem as coisas de uma forma mais leve, é importante pensar e cuidar somente do que é, de fato, essencial. Comunique-se com outros, fale e escute, divida as angústias, as boas notícias e, principalmente, respeite os limites uns dos outros.
Intercale rotina e lazer
Faça um planejamento familiar, adeque as tarefas de acordo com a idade de cada criança. Estabeleça horários para brincar, organizar os brinquedos, comer, tomar banho, assistir televisão e claro, para estudar e fazer as atividades escolares. Além disso, é importante ter um tempo para o lazer em conjunto, ou seja, a família reunida.
- Ah, vamos maratonar uma série?
- Oba! Então eu faço a pipoca.
- Vamos jogar? Vamos cantar?
Bom... essas são apenas algumas das inúmeras atividades que podem ser feitas em família. Para a psicóloga Cida Coutinho, essas estratégias ajudam a melhorar o convívio em família e ameniza possíveis situações de estresse.
Atividades Físicas
Ficar em casa com o bumbum no sofá ou na cadeira não dá, né? É preciso mexer o esqueleto! Os exercícios físicos oferecem diversos benefícios para a criançada, dentre eles está o fortalecimento dos ossos, músculos e articulações, a promoção do crescimento e o desenvolvimento saudável. Além de contribuir para a coordenação motora e concentração nos estudos, os exercícios ajudam na liberação do hormônio da alegria. Você deve estar se perguntando: como fazer atividades físicas se estamos presos dentro de casa?
E nós respondemos… Nada que uma boa imaginação e um bom improviso não resolva. Afinal de contas, brincar é mais simples do que se imagina e o uso de pequenos utensílios domésticos podem proporcionar experiências incríveis.
E papais, bora entrar também na onda da criançada? Independentemente da idade, a atividade física é essencial para todos e quando feita em conjunto, garante uma melhora significativa no relacionamento familiar.
Evite o uso desenfreado das tecnologias
As telas não são inimigas, mas é preciso usar com consciência. “O uso excessivo prejudica a atenção, concentração, capacidade de raciocínio, causa prejuízo na visão e problemas de postura, já que a criança não senta de forma adequada. Além disso a tecnologia cria um mundo paralelo em que a criança perde a noção da realidade”, comenta a psicóloga. Para isso, dê limites quanto ao uso da tecnologia e busque introduzir na rotina dos pequenos atividades lúdicas como a leitura, pintura, desenho, músicas, teatrinhos, brincadeiras e jogos.
Quando procurar ajuda psicológica?
A ajuda psicológica é válida tanto para os pais como para os pequenos. A irritabilidade, a diminuição da paciência com as pessoas que os cercam e a falta de interesse pelo que está acontecendo a sua volta são sinais importantes para procurar a ajuda profissional e os psicólogos são grandes aliados! Não hesite em procurar um caso você perceba que as coisas estão muito difíceis de lidar neste período de quarentena.
Mikaelly conta como foi a experiência de participar do curso de arquitetura e construir o próprio projeto de reforma do nosso escritório.
Saiba mais
Mikaelly, 16 anos
Mikaelly, 16 anos, é aluna de qualificação do Vozes das Periferias. Em 2019, se formou no curso de Arquitetura e foi convidada, junto com outros 3 colegas de classe, a criar o projeto de reforma do nosso escritório. O espaço passou por uma grande mudança e hoje conseguimos utilizar muito melhor nossas salas.A jovem também realizou outros cursos da área de tecnologia e comunicação, e seu crescimento está sendo muito maior do que o esperado."O Vozes é uma escada para as realizações do meu sonho. Lá eu aprendi que para você vencer tem que ter, acima de tudo, garra".Mika também é voluntária de operações gerais e nos auxilia em nossas atividades de esporte, cultura e qualificação profissional. Sem dúvidas, essa jovem sonhadora ainda vai conquistar o mundo.
Luiz Alberto, 20 anos
Luiz foi aluno do curso de Gestão de Projetos, em parceria com a Comparex, em 2018. A dedicação do jovem durante as aulas o fez estar entre os melhores, concorrendo por uma vaga de emprego na empresa apoiadora."Participar deste curso foi um divisor de águas em minha vida profissional e pessoal, porque lá eu e meus colegas aprendemos muito mais do que as práticas de gestão de projetos, nós aprendemos valores que levaremos para a vida como o #TamoJunto e o #VaiKida".Hoje, Luiz trabalha na SoftwareONE, antiga Comparex, onde cresce a cada dia junto com profissionais qualificados e trilha a sua carreira. Sem dúvidas, essa oportunidade mudou a vida do jovem e abriu diversas portas, transformando sua história e a de sua família.
Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11
Os irmãos Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11, são alunos da oficina de Dança de Rua do Vozes das Periferias e dão um show de talentos.Os b-boys fazem da arte a força para superar qualquer dificuldade e só abaixam a cabeça se for um passo da dança. Eles se dedicam a aprender e a serem melhores a cada dia, desde o hip hip até o passinho do funk. Os meninos ainda se apresentam em locais como a Av. Paulista e estações do metrô, mostrando que a favela é potência e cultura de rua pode chegar onde quiser.
Kayrone, 15 anos
Kayrone, 15 anos, é aluna da oficina de Jiu Jitsu do Vozes das Periferias e voluntária do projeto auxiliando os mais novos durante a aula. Desde o início se mostrou muito interessada e pró-ativa, querendo aprender sempre mais. A princípio seu objetivo era usar o esporte como uma forma de autodefesa, já que os casos de violência contra mulher estão cada vez maiores. Mas com o tempo foi se encantando e trazendo o Jiu Jitsu para vida."O que eu mais gosto no jiu é que independente da sua faixa ou tempo de treino todos se ajudam e crescem juntos".Hoje, Kayrone treina na Academia Nova União SP Mooca, onde ganhou uma bolsa graças a ponta feita pelo atleta e professor Erick Silva.Sua força e garra representa a classe feminina das favelas. Voe alto!