Também em decorrência do desemprego, no vagão da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), a jovem Luana Cherry Gomes da Silva, 23, vende de tudo um pouco: chocolates, fones ou carregadores, conciliando a maternidade com a vida de marreteira junto ao marido. “É o que enche minha barriga, é como eu ajudo minha mãe, sustento meu filho, e assim vai indo”, relata.
Também em decorrência do desemprego, no vagão da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), a jovem Luana Cherry Gomes da Silva, 23, vende de tudo um pouco: chocolates, fones ou carregadores, conciliando a maternidade com a vida de marreteira junto ao marido. “É o que enche minha barriga, é como eu ajudo minha mãe, sustento meu filho, e assim vai indo”, relata.
Cherry explica que no trem a rotina é imprevisível. “Tem dia que você ganha, tem dia que você perde, tem dia que você vende muito. Eu acordo, vou pro trem, aí normalmente eu vou pra doceria quando vou vender doces, e quando vou vender outra coisa vou para o Centro de São Paulo pra pegar umas mercadorias mais eletrônicas e vou trabalhar”. No início da pandemia, conta ela, o trabalho só era possível no horário de almoço “porque todos os trens estão escoltados com os marronzinhos [como identificam os agentes de segurança da CPTM]”, explica.
Cherry foi uma das beneficiadas do auxílio emergencial destinado a pessoas de baixa renda durante a pandemia. “O auxílio ajudou, mas em partes, porque os alimentos aumentaram. Como é que a gente vai conseguir sobreviver só com R$600? Não tem como! Se uma conta de luz vem R$200,00, um arroz tá R$20 no mercado, entendeu? E como a gente não está conseguindo trabalhar direito por conta das pessoas que estão com medo de comprar, então tá difícil, mas a gente sempre dá um jeito, né? A gente é guerreiro, e a gente vai pra luta”, finaliza.
Essa reportagem foi produzida com o apoio da Énois Laboratório de Jornalismo, por meio do projeto Jornalismo e Território