Atividade voluntária muda o olhar de jovem nascida e criada na Vila Prudente em relação ao bairro
Tainá Lacerda conheceu o projeto, se tornou voluntária e hoje faz parte de um novo projeto no Instituto
Existem diversas formas de fazer o bem e apoiar uma organização social, e embora muitas pessoas pensem em fazer algo em prol disso, nem todos sabem por onde começar. Algumas não têm ideia de como ajudar e outras buscam por uma organização de confiança para se dedicar.
Tainá Lacerda (23), nascida e criada na Vila Prudente, zona leste de São Paulo, conheceu o Vozes das Periferias através das redes sociais da rede de ONGs Gerando Falcões e se interessou muito com o projeto, e conta da sua experiência como voluntária dentro do instituto “Eu descobri o Vozes pelo Instagram da Gerando Falcões e o que me chamou atenção de cara foi que o instituto atende a Vila Prudente, bairro que eu moro desde que me conheço por gente. Então, assim que eu conheci o projeto, já enviei uma mensagem perguntando como eu poderia ajudar e me colocando à disposição.”
Foto: Beatriz Inoue
“O que eu mais quero é conhecer a voz de cada um dos jovens e crianças do Vozes das Periferias e aprender com eles, pois acredito que esse é o caminho para pensar em cada vez mais iniciativas e oportunidades que coloque-os na direção de seus sonhos"
Após esse primeiro contato da Tainá com o Vozes das Periferias, ela já se integrou ao time de voluntários e já passou a enxergar de uma maneira diferente o bairro em que vive, completa: "O Vozes que me instigou a conhecer a história do bairro e da urbanização dele. Hoje quando eu ando pelo bairro, me sinto mais em casa, pois vejo mais do que o presente, eu vejo o passado desse bairro, sua história e suas raízes, além de ver também o futuro que quero muito poder construir ao lado do time do Vozes das Periferias. Em tão pouco tempo já mudei a forma como vejo e me relaciono com o bairro, e tenho certeza que vai impactar ainda mais a minha vida e a de outras pessoas daqui com esse mesmo olhar.”
Tainá já atuou como voluntária anteriormente em outras instituições e sempre esteve envolvida em outros projetos sociais, mas ainda não tinha se conectado intensamente com as favelas da sua região. “Meu objetivo dentro da ONG é entregar muita energia, de corpo e alma, pra poder fazer os projetos acontecerem, aprender ainda mais e me conectar com histórias que ainda não foram contadas sobre a Vila Prudente. Além disso, também quero poder me dedicar a mais ações, fazendo tudo o que eu puder fazer para contribuir na missão de potencializar o impacto do Vozes nas favelas do nosso bairro e de bairros vizinhos.”.
O Instituto Vozes das Periferias busca cada vez mais gente com vontade de ajudar, que querem impactar pessoas, ter troca de experiências e ajudar a acabar cada vez mais com a desigualdade social.
Mikaelly conta como foi a experiência de participar do curso de arquitetura e construir o próprio projeto de reforma do nosso escritório.
Saiba mais
Mikaelly, 16 anos
Mikaelly, 16 anos, é aluna de qualificação do Vozes das Periferias. Em 2019, se formou no curso de Arquitetura e foi convidada, junto com outros 3 colegas de classe, a criar o projeto de reforma do nosso escritório. O espaço passou por uma grande mudança e hoje conseguimos utilizar muito melhor nossas salas.A jovem também realizou outros cursos da área de tecnologia e comunicação, e seu crescimento está sendo muito maior do que o esperado."O Vozes é uma escada para as realizações do meu sonho. Lá eu aprendi que para você vencer tem que ter, acima de tudo, garra".Mika também é voluntária de operações gerais e nos auxilia em nossas atividades de esporte, cultura e qualificação profissional. Sem dúvidas, essa jovem sonhadora ainda vai conquistar o mundo.
Luiz Alberto, 20 anos
Luiz foi aluno do curso de Gestão de Projetos, em parceria com a Comparex, em 2018. A dedicação do jovem durante as aulas o fez estar entre os melhores, concorrendo por uma vaga de emprego na empresa apoiadora."Participar deste curso foi um divisor de águas em minha vida profissional e pessoal, porque lá eu e meus colegas aprendemos muito mais do que as práticas de gestão de projetos, nós aprendemos valores que levaremos para a vida como o #TamoJunto e o #VaiKida".Hoje, Luiz trabalha na SoftwareONE, antiga Comparex, onde cresce a cada dia junto com profissionais qualificados e trilha a sua carreira. Sem dúvidas, essa oportunidade mudou a vida do jovem e abriu diversas portas, transformando sua história e a de sua família.
Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11
Os irmãos Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11, são alunos da oficina de Dança de Rua do Vozes das Periferias e dão um show de talentos.Os b-boys fazem da arte a força para superar qualquer dificuldade e só abaixam a cabeça se for um passo da dança. Eles se dedicam a aprender e a serem melhores a cada dia, desde o hip hip até o passinho do funk. Os meninos ainda se apresentam em locais como a Av. Paulista e estações do metrô, mostrando que a favela é potência e cultura de rua pode chegar onde quiser.
Kayrone, 15 anos
Kayrone, 15 anos, é aluna da oficina de Jiu Jitsu do Vozes das Periferias e voluntária do projeto auxiliando os mais novos durante a aula. Desde o início se mostrou muito interessada e pró-ativa, querendo aprender sempre mais. A princípio seu objetivo era usar o esporte como uma forma de autodefesa, já que os casos de violência contra mulher estão cada vez maiores. Mas com o tempo foi se encantando e trazendo o Jiu Jitsu para vida."O que eu mais gosto no jiu é que independente da sua faixa ou tempo de treino todos se ajudam e crescem juntos".Hoje, Kayrone treina na Academia Nova União SP Mooca, onde ganhou uma bolsa graças a ponta feita pelo atleta e professor Erick Silva.Sua força e garra representa a classe feminina das favelas. Voe alto!