Casa de Cultura da Brasilândia abraça moradores através da arte
Quem passa pela altura do nº 1300 da Estrada do Sabão, na Brasilândia, vê os tapumes brancos e laranjas nos entornos da área de construção da estação da Linha 6-Laranja do Metrô que levará o nome do bairro e chegará até a São Joaquim, da Linha 1-Azul. A poucos metros dali, outro espaço desperta a atenção dos moradores da região enquanto a obra não sai do papel.
Fundada em 2009 através da subprefeitura local, a Casa de Cultura da Brasilândia dispõe de atrações e oficinas gratuitas para todas as idades e gostos. Situado entre as árvores da Praça Benedita Cavalheiro, em frente à Escola Estadual João Solimeo, o prédio conta com um andar dividido em duas salas de oficina e amplo espaço térreo (interno e externo) para apresentações artísticas.
Nas palavras de Rodrigo Olegário, coordenador do espaço cultural e morador da comunidade, o aumento do interesse dos moradores se deu pela humanização da forma de divulgação do espaço.
"É gratificante ter o reconhecimento das pessoas. Muitos nunca tinham ouvido falar da Casa de Cultura e hoje vivem aqui. Convidá-los de porta em porta e fazer parcerias com espaços públicos e jornais locais tem trazido resultados positivos a nós", conta.
A Casa de Cultura local oferece atualmente ao público oficinas fixas de capoeira e artes circenses. Para o ano de 2018, o calendário prevê mais de 10 atividades regulares, como aulas de artesanato, produção cultural e musical, DJ, dança de salão, hip hop, técnicas de penteados afros e turbantes, entre outras.
Casa de Cultura da Brasilândia Endereço: Praça Benedita Cavalheiro, s/nº – Brasilândia, São Paulo-SP. Telefone: (11) 3922-9123 / (11) 3922-7664.
Horário de funcionamento: Terça a Sábado, das 09h00 às 21h00 / Domingo, das 09h00 às 18h00.
Mikaelly conta como foi a experiência de participar do curso de arquitetura e construir o próprio projeto de reforma do nosso escritório.
Saiba mais
Mikaelly, 16 anos
Mikaelly, 16 anos, é aluna de qualificação do Vozes das Periferias. Em 2019, se formou no curso de Arquitetura e foi convidada, junto com outros 3 colegas de classe, a criar o projeto de reforma do nosso escritório. O espaço passou por uma grande mudança e hoje conseguimos utilizar muito melhor nossas salas.A jovem também realizou outros cursos da área de tecnologia e comunicação, e seu crescimento está sendo muito maior do que o esperado."O Vozes é uma escada para as realizações do meu sonho. Lá eu aprendi que para você vencer tem que ter, acima de tudo, garra".Mika também é voluntária de operações gerais e nos auxilia em nossas atividades de esporte, cultura e qualificação profissional. Sem dúvidas, essa jovem sonhadora ainda vai conquistar o mundo.
Luiz Alberto, 20 anos
Luiz foi aluno do curso de Gestão de Projetos, em parceria com a Comparex, em 2018. A dedicação do jovem durante as aulas o fez estar entre os melhores, concorrendo por uma vaga de emprego na empresa apoiadora."Participar deste curso foi um divisor de águas em minha vida profissional e pessoal, porque lá eu e meus colegas aprendemos muito mais do que as práticas de gestão de projetos, nós aprendemos valores que levaremos para a vida como o #TamoJunto e o #VaiKida".Hoje, Luiz trabalha na SoftwareONE, antiga Comparex, onde cresce a cada dia junto com profissionais qualificados e trilha a sua carreira. Sem dúvidas, essa oportunidade mudou a vida do jovem e abriu diversas portas, transformando sua história e a de sua família.
Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11
Os irmãos Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11, são alunos da oficina de Dança de Rua do Vozes das Periferias e dão um show de talentos.Os b-boys fazem da arte a força para superar qualquer dificuldade e só abaixam a cabeça se for um passo da dança. Eles se dedicam a aprender e a serem melhores a cada dia, desde o hip hip até o passinho do funk. Os meninos ainda se apresentam em locais como a Av. Paulista e estações do metrô, mostrando que a favela é potência e cultura de rua pode chegar onde quiser.
Kayrone, 15 anos
Kayrone, 15 anos, é aluna da oficina de Jiu Jitsu do Vozes das Periferias e voluntária do projeto auxiliando os mais novos durante a aula. Desde o início se mostrou muito interessada e pró-ativa, querendo aprender sempre mais. A princípio seu objetivo era usar o esporte como uma forma de autodefesa, já que os casos de violência contra mulher estão cada vez maiores. Mas com o tempo foi se encantando e trazendo o Jiu Jitsu para vida."O que eu mais gosto no jiu é que independente da sua faixa ou tempo de treino todos se ajudam e crescem juntos".Hoje, Kayrone treina na Academia Nova União SP Mooca, onde ganhou uma bolsa graças a ponta feita pelo atleta e professor Erick Silva.Sua força e garra representa a classe feminina das favelas. Voe alto!