União de trabalhos que visam capacitar líderes sociais no Sinhá e comunidades da região
Anexado no Plano de Metas de São Paulo durante a gestão anterior da Prefeitura de São Paulo e reivindicado na nova gestão o CEU Imperador não foi contemplado nas novas metas da cidade.
Entrega programada para 2012, o CEU Imperador/Sapopemba ainda não saiu do papel. A escola que mescla centro de ensino com espaço cultural prometia ser o diferencial na região e atenderia crianças e adolescentes do Jardim Sinhá/Parque Bancário. Hoje no terreno funciona o C.D.C. José Panta Alves, equipamento público de esportes que é subutilizado e não é incorporado pela comunidade.
Não é de hoje que as escolas da região ganham a fama de má qualidade de ensino, como a EMEF Deputado Flores da Cunha, a EMEF Benedito de Jesus Batista Laurindo – Padre Batista e a E.E. Miguel Sansigolo.
Visão aérea do CEU Sapopemba/Imperador
A Flores da Cunha, por exemplo, com cerca de 700 alunos, não tem biblioteca (apenas sala de Leitura), não abre aos finais de semana para a comunidade e tem 29 alunos por computador. O que explica a nota abaixo da média para os anos finais do Fundamental (nota 4,4). Mas não é apenas o CEU que impede os índices locais de educação melhorarem. Uma série de outras medidas e adoções de políticas públicas já aplicadas em outras localidades, no Sinhá, não recebem o respeito e empenho que merecem, tanto que o incentivo a educação integral é inexistente no bairro e, além disso, experiências de integração com a comunidade e interação com cultura e esportes, não recebem o investimento necessário.
A Educação Profissional, Científica e Tecnológica, que melhora os índices educacionais com a oferta de cursos gratuitos de formação profissional facilitando o primeiro emprego também nunca foi implantada na região, apesar do enorme número de jovens no Jardim Sinhá e bairros vizinhos.
Em contrapartida a tudo isso, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem ganhado fôlego. É grande o número de adultos que buscam retomar ou, até mesmo, iniciar os estudos. O EJA é parte do Programa Brasil Alfabetizado, do Governo Federal.
Mikaelly conta como foi a experiência de participar do curso de arquitetura e construir o próprio projeto de reforma do nosso escritório.
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Mikaelly, 16 anos
Mikaelly, 16 anos, é aluna de qualificação do Vozes das Periferias. Em 2019, se formou no curso de Arquitetura e foi convidada, junto com outros 3 colegas de classe, a criar o projeto de reforma do nosso escritório. O espaço passou por uma grande mudança e hoje conseguimos utilizar muito melhor nossas salas.A jovem também realizou outros cursos da área de tecnologia e comunicação, e seu crescimento está sendo muito maior do que o esperado."O Vozes é uma escada para as realizações do meu sonho. Lá eu aprendi que para você vencer tem que ter, acima de tudo, garra".Mika também é voluntária de operações gerais e nos auxilia em nossas atividades de esporte, cultura e qualificação profissional. Sem dúvidas, essa jovem sonhadora ainda vai conquistar o mundo.
Luiz Alberto, 20 anos
Luiz foi aluno do curso de Gestão de Projetos, em parceria com a Comparex, em 2018. A dedicação do jovem durante as aulas o fez estar entre os melhores, concorrendo por uma vaga de emprego na empresa apoiadora."Participar deste curso foi um divisor de águas em minha vida profissional e pessoal, porque lá eu e meus colegas aprendemos muito mais do que as práticas de gestão de projetos, nós aprendemos valores que levaremos para a vida como o #TamoJunto e o #VaiKida".Hoje, Luiz trabalha na SoftwareONE, antiga Comparex, onde cresce a cada dia junto com profissionais qualificados e trilha a sua carreira. Sem dúvidas, essa oportunidade mudou a vida do jovem e abriu diversas portas, transformando sua história e a de sua família.
Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11
Os irmãos Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11, são alunos da oficina de Dança de Rua do Vozes das Periferias e dão um show de talentos.Os b-boys fazem da arte a força para superar qualquer dificuldade e só abaixam a cabeça se for um passo da dança. Eles se dedicam a aprender e a serem melhores a cada dia, desde o hip hip até o passinho do funk. Os meninos ainda se apresentam em locais como a Av. Paulista e estações do metrô, mostrando que a favela é potência e cultura de rua pode chegar onde quiser.
Kayrone, 15 anos
Kayrone, 15 anos, é aluna da oficina de Jiu Jitsu do Vozes das Periferias e voluntária do projeto auxiliando os mais novos durante a aula. Desde o início se mostrou muito interessada e pró-ativa, querendo aprender sempre mais. A princípio seu objetivo era usar o esporte como uma forma de autodefesa, já que os casos de violência contra mulher estão cada vez maiores. Mas com o tempo foi se encantando e trazendo o Jiu Jitsu para vida."O que eu mais gosto no jiu é que independente da sua faixa ou tempo de treino todos se ajudam e crescem juntos".Hoje, Kayrone treina na Academia Nova União SP Mooca, onde ganhou uma bolsa graças a ponta feita pelo atleta e professor Erick Silva.Sua força e garra representa a classe feminina das favelas. Voe alto!