Pesquisa revela indicadores sociais dos territórios de São Mateus e Sapopemba
A pesquisa "Indicadores de Território – São Mateus e Sapopemba" foi realizada pelo Centro de Capacitação Profissional Santa Úrsula, unidade de qualificação profissional do Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, entidade filantrópica que atua na periferia de São Paulo ofertando serviço de assistência social para a população em situação de vulnerabilidade.
Com o intuito de levantar índices socioeconômicos dos bairros em que atua, a unidade conduziu uma pesquisa inédita nos distritos de São Mateus e Sapopemba, registrando dados étnicos, econômicos e de inserção no mercado de trabalho. Tal estudo tem por objetivo compreender a realidade da população usuária do centro de qualificação profissional, facilitar o entendimento dos desafios que esta população enfrenta e direcionar a luta por políticas públicas no território.
Com população estimada em 600 mi habitantes, segundo o últimos senso demográfico do IBGE (2010), os bairros de São Mateus e Sapopemba localizados na periferia da zona leste da cidade de São Paulo, enfrentam uma realidade de extrema vulnerabilidade. Segundo dados do Mapa da Desigualdade 2019 da Rede Nossa São Paulo, os distritos apresentam índices preocupantes, como por exemplo, alto índice de trabalho informal e baixa expectativa de vida. Com isso, era necessário traçar indicadores que se aproximassem da realidade deste territórios, com um olhar detalhado sobre a desigualdade social enfrentada pela população de mais de meio milhão de pessoas.
Em parceria com o Coletivo Vozes das Periferias, o CCP Santa Úrsula e o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto irão revelar este indicadores em uma série de reportagens, onde identificará demandas, oportunidades, visibilizando e criando o debate sobre o racismo, machismo, perfil étnico, desemprego da população feminina, acesso à educação superior, renda e outras realidades do povo periférico dos bairros de São Mateus e Sapopemba.
Mikaelly conta como foi a experiência de participar do curso de arquitetura e construir o próprio projeto de reforma do nosso escritório.
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Mikaelly, 16 anos
Mikaelly, 16 anos, é aluna de qualificação do Vozes das Periferias. Em 2019, se formou no curso de Arquitetura e foi convidada, junto com outros 3 colegas de classe, a criar o projeto de reforma do nosso escritório. O espaço passou por uma grande mudança e hoje conseguimos utilizar muito melhor nossas salas.A jovem também realizou outros cursos da área de tecnologia e comunicação, e seu crescimento está sendo muito maior do que o esperado."O Vozes é uma escada para as realizações do meu sonho. Lá eu aprendi que para você vencer tem que ter, acima de tudo, garra".Mika também é voluntária de operações gerais e nos auxilia em nossas atividades de esporte, cultura e qualificação profissional. Sem dúvidas, essa jovem sonhadora ainda vai conquistar o mundo.
Luiz Alberto, 20 anos
Luiz foi aluno do curso de Gestão de Projetos, em parceria com a Comparex, em 2018. A dedicação do jovem durante as aulas o fez estar entre os melhores, concorrendo por uma vaga de emprego na empresa apoiadora."Participar deste curso foi um divisor de águas em minha vida profissional e pessoal, porque lá eu e meus colegas aprendemos muito mais do que as práticas de gestão de projetos, nós aprendemos valores que levaremos para a vida como o #TamoJunto e o #VaiKida".Hoje, Luiz trabalha na SoftwareONE, antiga Comparex, onde cresce a cada dia junto com profissionais qualificados e trilha a sua carreira. Sem dúvidas, essa oportunidade mudou a vida do jovem e abriu diversas portas, transformando sua história e a de sua família.
Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11
Os irmãos Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11, são alunos da oficina de Dança de Rua do Vozes das Periferias e dão um show de talentos.Os b-boys fazem da arte a força para superar qualquer dificuldade e só abaixam a cabeça se for um passo da dança. Eles se dedicam a aprender e a serem melhores a cada dia, desde o hip hip até o passinho do funk. Os meninos ainda se apresentam em locais como a Av. Paulista e estações do metrô, mostrando que a favela é potência e cultura de rua pode chegar onde quiser.
Kayrone, 15 anos
Kayrone, 15 anos, é aluna da oficina de Jiu Jitsu do Vozes das Periferias e voluntária do projeto auxiliando os mais novos durante a aula. Desde o início se mostrou muito interessada e pró-ativa, querendo aprender sempre mais. A princípio seu objetivo era usar o esporte como uma forma de autodefesa, já que os casos de violência contra mulher estão cada vez maiores. Mas com o tempo foi se encantando e trazendo o Jiu Jitsu para vida."O que eu mais gosto no jiu é que independente da sua faixa ou tempo de treino todos se ajudam e crescem juntos".Hoje, Kayrone treina na Academia Nova União SP Mooca, onde ganhou uma bolsa graças a ponta feita pelo atleta e professor Erick Silva.Sua força e garra representa a classe feminina das favelas. Voe alto!