Renda em metade dos domicílios de São Mateus e Sapopemba é no máximo 2 salários mínimos
Em território com média de 4 pessoas por domicílio, pessoas vivem com renda inferior à 2 salários mínimos
A população de São Mateus e Sapopemba vive em média com R$ 2 mil reais por mês, dividindo este vencimentos por domicílio. É o que aponta a Pesquisa Indicadores de Território, onde 46% da pessoas entrevistadas dizem se manter com no máximo 2 salários mínimos em suas residências. Tal quadro mostrar a situação econômica precária em que os moradores destes territórios vivem. Com média de 4 moradores por habitação, índice apontado pela mesma pesquisa, o morador de São Mateus e Sapopemba sobrevive com R$ 500 reais mensalmente para custear habitação, transporte, alimentação, saúde, segurança e lazer, dentre outras necessidades básicas de todo cidadão.
Este dado é alarmante, visto que a pesquisa é realizada em dois dos bairros com maiores indicadores de vulnerabilidade da cidade de São Paulo. Em um espaço de extrema exclusão social, proveniente de uma desigualdade de oportunidades, construído à partir da marginalização da classe trabalhadora, explorada desde os tempos coloniais, tal fator econômico ainda persiste a nos retratar a manutenção do controle social através da baixa renda nas periferias.
Aliado à crise econômica e política em que nosso país custa atravessar, políticas públicas que não ofertam perspectivas de geração de renda à população vulnerabilizada e a inserção de novas formas de precarização dos meios de produção, os indicadores de território constatam uma dura realidade de nosso povo.
Como possibilidade de sobrevivência à este estado caótico, estão os modelos de cooperativas e economia solidária, onde trabalhadores aliam-se para ofertar produtos e serviços de baixo custo, porém essenciais para a continuidade da vida nas comunidades e que suportem o fardo do desemprego e informalidade, na espera de mudanças econômicas e políticas que atendam suas reais necessidades.
Mikaelly conta como foi a experiência de participar do curso de arquitetura e construir o próprio projeto de reforma do nosso escritório.
Saiba mais
Mikaelly, 16 anos
Mikaelly, 16 anos, é aluna de qualificação do Vozes das Periferias. Em 2019, se formou no curso de Arquitetura e foi convidada, junto com outros 3 colegas de classe, a criar o projeto de reforma do nosso escritório. O espaço passou por uma grande mudança e hoje conseguimos utilizar muito melhor nossas salas.A jovem também realizou outros cursos da área de tecnologia e comunicação, e seu crescimento está sendo muito maior do que o esperado."O Vozes é uma escada para as realizações do meu sonho. Lá eu aprendi que para você vencer tem que ter, acima de tudo, garra".Mika também é voluntária de operações gerais e nos auxilia em nossas atividades de esporte, cultura e qualificação profissional. Sem dúvidas, essa jovem sonhadora ainda vai conquistar o mundo.
Luiz Alberto, 20 anos
Luiz foi aluno do curso de Gestão de Projetos, em parceria com a Comparex, em 2018. A dedicação do jovem durante as aulas o fez estar entre os melhores, concorrendo por uma vaga de emprego na empresa apoiadora."Participar deste curso foi um divisor de águas em minha vida profissional e pessoal, porque lá eu e meus colegas aprendemos muito mais do que as práticas de gestão de projetos, nós aprendemos valores que levaremos para a vida como o #TamoJunto e o #VaiKida".Hoje, Luiz trabalha na SoftwareONE, antiga Comparex, onde cresce a cada dia junto com profissionais qualificados e trilha a sua carreira. Sem dúvidas, essa oportunidade mudou a vida do jovem e abriu diversas portas, transformando sua história e a de sua família.
Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11
Os irmãos Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11, são alunos da oficina de Dança de Rua do Vozes das Periferias e dão um show de talentos.Os b-boys fazem da arte a força para superar qualquer dificuldade e só abaixam a cabeça se for um passo da dança. Eles se dedicam a aprender e a serem melhores a cada dia, desde o hip hip até o passinho do funk. Os meninos ainda se apresentam em locais como a Av. Paulista e estações do metrô, mostrando que a favela é potência e cultura de rua pode chegar onde quiser.
Kayrone, 15 anos
Kayrone, 15 anos, é aluna da oficina de Jiu Jitsu do Vozes das Periferias e voluntária do projeto auxiliando os mais novos durante a aula. Desde o início se mostrou muito interessada e pró-ativa, querendo aprender sempre mais. A princípio seu objetivo era usar o esporte como uma forma de autodefesa, já que os casos de violência contra mulher estão cada vez maiores. Mas com o tempo foi se encantando e trazendo o Jiu Jitsu para vida."O que eu mais gosto no jiu é que independente da sua faixa ou tempo de treino todos se ajudam e crescem juntos".Hoje, Kayrone treina na Academia Nova União SP Mooca, onde ganhou uma bolsa graças a ponta feita pelo atleta e professor Erick Silva.Sua força e garra representa a classe feminina das favelas. Voe alto!