Sem treinar um dia, meninos da Vila Prudente avançam na Taça das Favelas
As favelas da Vila Prudente tem, nesta semana, mais um motivo para se orgulhar: próxima fase do maior campeonato das favelas de SP
É assim, sem treinar pelo menos por um dia que os garotos e equipe técnica do Futvida Prudente jogaram a primeira partida do campeonato em sua primeira edição na capital paulista.
São mais de 1200 jovens inscritos na competição, que como muitos meninos e meninas das bordas do país sonham em se tornar atletas profissionais. Para estes garotos e garotas, a Taça das Favelas pode ser a chance de serem pescados por algum olheiro ou clube de expressão no futebol.
A seleção que representa as favelas da Vila Prudente disputou a primeira partida neste último sábado, dia 6. Em uma partida emocionante que terminou em 1 a 1 e foi decidida nos pênaltis.
A equipe comandada por Leandro Silva e capitaneada por Guigui teve o primeiro gol na competição feito por Riquelme, um dos mais talentosos do time.
Os garotos representaram, assim como a torcida na arquibancada que fez a festa e se emocionou neste primeiro jogo e em especial após a defesa do penal feita por Giovanni, o já apelidado paredão da Favela da Vila Prudente.
PROJETO SEM AJUDA
Muitos dos alunos e da equipe técnica foram atingidos e tiveram bens e alimentos perdidos com a enchente que devastou as casas na Favela da Vila Prudente ainda em março. Foi por este motivo que o time estreou na competição sem realizar sequer um treino.
A equipe que avançou na competição está em busca de apoio para a competição, para o transporte aos jogos e alimentação. Se você pode colaborar com este sonho dos garotos, entre em contato com o coordenador e professor Leandro Silva por meio do telefone (11) 95761-0720.
Mikaelly conta como foi a experiência de participar do curso de arquitetura e construir o próprio projeto de reforma do nosso escritório.
Saiba mais
Mikaelly, 16 anos
Mikaelly, 16 anos, é aluna de qualificação do Vozes das Periferias. Em 2019, se formou no curso de Arquitetura e foi convidada, junto com outros 3 colegas de classe, a criar o projeto de reforma do nosso escritório. O espaço passou por uma grande mudança e hoje conseguimos utilizar muito melhor nossas salas.A jovem também realizou outros cursos da área de tecnologia e comunicação, e seu crescimento está sendo muito maior do que o esperado."O Vozes é uma escada para as realizações do meu sonho. Lá eu aprendi que para você vencer tem que ter, acima de tudo, garra".Mika também é voluntária de operações gerais e nos auxilia em nossas atividades de esporte, cultura e qualificação profissional. Sem dúvidas, essa jovem sonhadora ainda vai conquistar o mundo.
Luiz Alberto, 20 anos
Luiz foi aluno do curso de Gestão de Projetos, em parceria com a Comparex, em 2018. A dedicação do jovem durante as aulas o fez estar entre os melhores, concorrendo por uma vaga de emprego na empresa apoiadora."Participar deste curso foi um divisor de águas em minha vida profissional e pessoal, porque lá eu e meus colegas aprendemos muito mais do que as práticas de gestão de projetos, nós aprendemos valores que levaremos para a vida como o #TamoJunto e o #VaiKida".Hoje, Luiz trabalha na SoftwareONE, antiga Comparex, onde cresce a cada dia junto com profissionais qualificados e trilha a sua carreira. Sem dúvidas, essa oportunidade mudou a vida do jovem e abriu diversas portas, transformando sua história e a de sua família.
Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11
Os irmãos Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11, são alunos da oficina de Dança de Rua do Vozes das Periferias e dão um show de talentos.Os b-boys fazem da arte a força para superar qualquer dificuldade e só abaixam a cabeça se for um passo da dança. Eles se dedicam a aprender e a serem melhores a cada dia, desde o hip hip até o passinho do funk. Os meninos ainda se apresentam em locais como a Av. Paulista e estações do metrô, mostrando que a favela é potência e cultura de rua pode chegar onde quiser.
Kayrone, 15 anos
Kayrone, 15 anos, é aluna da oficina de Jiu Jitsu do Vozes das Periferias e voluntária do projeto auxiliando os mais novos durante a aula. Desde o início se mostrou muito interessada e pró-ativa, querendo aprender sempre mais. A princípio seu objetivo era usar o esporte como uma forma de autodefesa, já que os casos de violência contra mulher estão cada vez maiores. Mas com o tempo foi se encantando e trazendo o Jiu Jitsu para vida."O que eu mais gosto no jiu é que independente da sua faixa ou tempo de treino todos se ajudam e crescem juntos".Hoje, Kayrone treina na Academia Nova União SP Mooca, onde ganhou uma bolsa graças a ponta feita pelo atleta e professor Erick Silva.Sua força e garra representa a classe feminina das favelas. Voe alto!