Cesar Gouveia, fundador do Vozes das Periferias, luta pela transformação de favelas
Empreendedor social já impactou mais de 6 mil famílias por meio da cultura, esporte, qualificação profissional e geração de renda
Dar visibilidade e transformar favelas: esse é o objetivo de Cesar Gouveia, o fundador e CEO do Instituto Vozes das Periferias. Nascido e criado na favela da Vila Prudente, o jovem de 29 anos enxergou desde cedo as necessidades dos moradores da região na qual cresceu.
Amparado por projetos sociais, Cesar teve sua vida transformada por um, “Eu sempre fui apoiado por projetos sociais, inclusive, meu primeiro emprego foi por conta de um projeto social. Eu tinha comigo, que eu tinha que retribuir de alguma forma para o mundo todas as oportunidades e todo o conhecimento que eu tive. Sobretudo, as pessoas que me ajudaram a chegar a ser quem eu sou”, comenta César.
Na ânsia de retribuir tudo aquilo que recebeu um dia e com o intuito de transformar a realidade das favelas, criar pontes e gerar oportunidades, o jovem criou o Instituto Vozes das Periferias. A razão principal da iniciativa está firmada no papel da educação como uma ferramenta de mudança. O foco do projeto é impactar a vida de moradores das comunidades para que estes descubram como trilhar novos caminhos, por meio do acesso à cultura, esporte e educação. "Para mim, a favela é um lugar cheio de potência. Aqui eu encontrei e encontro todos os talentos necessários para levantar qualquer projeto, mas as oportunidades precisam chegar aqui, e é para fazê-las chegar aqui que o Vozes nasceu", conclui o CEO.
“Meu papel está em desbravar mundos que a favela outrora não entrava e encontrar nesses lugares oportunidades de crescimento", Cesar Gouveia, CEO do Vozes das Periferias
Educação de qualidade ainda é uma das dificuldades que mais atingem os estudantes das grandes periferias de São Paulo. Os motivos principais para a discrepância social neste setor vão desde a falta de investimento até falta de incentivo. Por conta disso, o projeto tenta propor soluções acessíveis e gratuitas que ajudam a resolver o vácuo educacional da comunidade.
Alguns dos cursos profissionalizantes oferecidos são: informática, contabilidade, publicidade, jornalismo, fotografia, design gráfico, idiomas, vendas, atendimento ao cliente e outros. O projeto também oferece oficinas de esporte e cultura como as artes plásticas, dança, futsal e Jiu Jitsu.
Um dos destaques do Vozes das Periferias é o programa de empregabilidade que abre portas para jovens e adultos que buscam ingressar no mercado de trabalho. Além de encaminhar os jovens para empresas parceiras, o projeto os qualificam e preparam. Ao todo, cerca de 130 pessoas formadas pelo projeto estão inseridas no mercado de trabalho.
Atualmente, iniciativa conta com o trabalho de 11 colaboradores, que participam ativamente de todo o processo de construção pedagógica e administrativa e uma rede de aproximadamente 100 voluntários, entre fixos e pontuais.
Quer saber mais sobre a iniciativa? fique aqui em nosso site e confira tudo o que acontece #EHVOZES
Mikaelly conta como foi a experiência de participar do curso de arquitetura e construir o próprio projeto de reforma do nosso escritório.
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Mikaelly, 16 anos
Mikaelly, 16 anos, é aluna de qualificação do Vozes das Periferias. Em 2019, se formou no curso de Arquitetura e foi convidada, junto com outros 3 colegas de classe, a criar o projeto de reforma do nosso escritório. O espaço passou por uma grande mudança e hoje conseguimos utilizar muito melhor nossas salas.A jovem também realizou outros cursos da área de tecnologia e comunicação, e seu crescimento está sendo muito maior do que o esperado."O Vozes é uma escada para as realizações do meu sonho. Lá eu aprendi que para você vencer tem que ter, acima de tudo, garra".Mika também é voluntária de operações gerais e nos auxilia em nossas atividades de esporte, cultura e qualificação profissional. Sem dúvidas, essa jovem sonhadora ainda vai conquistar o mundo.
Luiz Alberto, 20 anos
Luiz foi aluno do curso de Gestão de Projetos, em parceria com a Comparex, em 2018. A dedicação do jovem durante as aulas o fez estar entre os melhores, concorrendo por uma vaga de emprego na empresa apoiadora."Participar deste curso foi um divisor de águas em minha vida profissional e pessoal, porque lá eu e meus colegas aprendemos muito mais do que as práticas de gestão de projetos, nós aprendemos valores que levaremos para a vida como o #TamoJunto e o #VaiKida".Hoje, Luiz trabalha na SoftwareONE, antiga Comparex, onde cresce a cada dia junto com profissionais qualificados e trilha a sua carreira. Sem dúvidas, essa oportunidade mudou a vida do jovem e abriu diversas portas, transformando sua história e a de sua família.
Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11
Os irmãos Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11, são alunos da oficina de Dança de Rua do Vozes das Periferias e dão um show de talentos.Os b-boys fazem da arte a força para superar qualquer dificuldade e só abaixam a cabeça se for um passo da dança. Eles se dedicam a aprender e a serem melhores a cada dia, desde o hip hip até o passinho do funk. Os meninos ainda se apresentam em locais como a Av. Paulista e estações do metrô, mostrando que a favela é potência e cultura de rua pode chegar onde quiser.
Kayrone, 15 anos
Kayrone, 15 anos, é aluna da oficina de Jiu Jitsu do Vozes das Periferias e voluntária do projeto auxiliando os mais novos durante a aula. Desde o início se mostrou muito interessada e pró-ativa, querendo aprender sempre mais. A princípio seu objetivo era usar o esporte como uma forma de autodefesa, já que os casos de violência contra mulher estão cada vez maiores. Mas com o tempo foi se encantando e trazendo o Jiu Jitsu para vida."O que eu mais gosto no jiu é que independente da sua faixa ou tempo de treino todos se ajudam e crescem juntos".Hoje, Kayrone treina na Academia Nova União SP Mooca, onde ganhou uma bolsa graças a ponta feita pelo atleta e professor Erick Silva.Sua força e garra representa a classe feminina das favelas. Voe alto!