Kaique se tornou ambulante porque não conseguia emprego fixo. A venda de tênis tem ajudado muito. Sua rotina começa às 8h e vai até às 18h de segunda à sábado. Ele, que gosta de ser chamado de Caio (por conta do desenho animado dos anos 1990), conta que usa a estratégia de abordar as pessoas de acordo com a personalidade delas.
“Por exemplo, se [o cliente] é mais maloqueiro, eu falo mais maloqueiro, se for mais formal, eu tento me envolver do jeito que ela tá falando”, explica. Umas das maiores dificuldades em trabalhar na pandemia, diz ele, é o uso da máscara, pois ela atrapalha na hora de gritar. “Mas, é a proteção acima de tudo”, enfatiza.
Bem próximo ao trabalho de Kaique, na esquina de uma farmácia popular, está Renan Mescouto de Miranda, de 20 anos, vendendo máscaras. Trabalhando há poucos meses como ambulante, ele conta que o trabalho como vendedor na rua é importante na sua vida para adquirir experiência.
“Tem dias que eu saio de manhã cedo e só volto pra casa umas 18h, passo o dia trabalhando, vendendo máscaras”. Renan faz uso da simpatia para atrair clientes. “Prefiro na simpatia, sabe, abordar, perguntar, conversar com as pessoas, ter essa comunicação, de ver as pessoas chegando, passando, olhar no olho, mostrar o meu trabalho. Entendeu?”, explica.