Postado por Karina Martinez| JD. SINHÁ
27/06/2021

O funk como ferramenta de expressão cultural

Original dos Estados Unidos, funk chegou ao Brasil no final dos anos 70
Originalmente, criado nos Estados Unidos na década de 60, o Funk chega ao Brasil no final dos anos 70, quando os primeiros bailes funk aconteceram em áreas nobres da cidade do Rio de Janeiro e eram completamente diferentes do que conhecemos atualmente. Foi no final da década de 1980, que Fernando da Matta, conhecido como DJ Marlboro lança seu primeiro disco, intitulado “Funk Brasil”. A partir disso, a maioria das produções no país eram inteiramente nacionais.

Foi na periferia que o funk se ressignificou e é transformado no fenômeno cultural que é hoje, principalmente do eixo Rio - São Paulo. O gênero gera um sentimento de identificação nos jovens e pode possuir um caráter de denúncia social, além de romper com o conservadorismo de maneira incisiva em muitas de suas letras, com isso, o já marginalizado ritmo se torna também perseguido e criminalizado dentro das favelas.

É possível observar um movimento de apropriação cultural que tenta domesticar o ritmo, excluindo dele pautas que marcam e fazem parte do universo periférico. A chegada do funk aos grandes salões de festa em bairros nobres é outro fator que demonstra um projeto de elitização do funk. Uma movimentação oposta ao que ocorreu na década de 80, quando os bailes adentraram a periferia após terem se iniciado na zona sul do Rio de Janeiro.
Em 2020, após o início da pandemia do coronavírus, muito se falou sobre os bailes de favela que aconteceram nas periferias de São Paulo. As aglomerações clandestinas se tornaram pautas extensas para os mais sensacionalistas telejornais brasileiros, porém, o que mais chamou a atenção foi a indignação seletiva desses mesmos veículos, que informaram com maestria quando a clandestinidade aconteceu nas favelas, mas deixaram de reportar o mesmo ocorrido em bairros nobres.

Seja em qual bairro for, as aglomerações feitas durante a pandemia são passíveis de críticas, mas não podemos deixar de falar sobre a necessidade da criação de locais apropriados para que os bailes funk periféricos possam ocorrer com dignidade e sem incomodar as noites de sono dos moradores das regiões em questão. Afinal, é a maior manifestação cultural periférica em um país com mais de 6300 favelas, logo, por que não cobrar espaços apropriados para que esses jovens possam curtir suas festas de maneira legalizada e segura, como qualquer cidadão com direito ao lazer no Brasil?

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