Postado por JANAÍNA DANTAS
24/04/2021

País da fome: insegurança alimentar atinge mais da metade da população brasileira

Pesquisa realizada em 2020 aponta que mais de 116,8 milhões pessoas passaram por situação de insegurança alimentar
O Brasil, país de tantas riquezas, é também o país da fome. Desde 2018, segundo uma pesquisa divulgada pelo IBGE recentemente, voltamos a fazer parte da lista de países que possuem mais de 5% de sua população vivendo em pobreza extrema. Em 2020, essa situação agravou-se ainda mais e fechamos o ano com mais de 19 milhões de brasileiros passando fome e, incluindo insegurança alimentar leve ou moderada , ou seja, pessoas que tiveram acesso limitado à comida sem a certeza de suas próximas refeições, o número sobe para mais de 116,8 milhões, mais da metade da população.

Os dados, que foram levantados pelo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), mostram ainda quem são os mais afetados pela fome: domicílios chefiados por mulheres, pessoas pretas ou pardas e com baixa escolaridade. Em números, isso quer dizer que 11,1% das casas lideradas por uma figura feminina, 10,7% de residências habitadas por pretos ou pardos e 14,7% dos lares em que o líder da família não tinha escolaridade ou não havia terminado o ensino fundamental, passaram fome em 2020.

Para comparar esses números, a insegurança alimentar grave foi diagnosticada em 7,7% dos domicílios chefiados por homens; em 7,5% das casas com moradores brancos e em 4,7% das residências em que a figura principal tinha ensino médio completo ou outro nível maior de escolaridade.


O estudo também apontou que as regiões mais afetadas foram Norte e Nordeste com 18,1% e 13,8%, respectivamente, dos lares com fome. No Centro-Oeste, esse número ficou em 6.9% e Sul/Sudeste com 6%. Além disso, houve um aumento de insegurança alimentar entre as pessoas que antes não se encontravam em condição de pobreza. Isso porque muitas famílias perderam parte da renda, seja por demissões ou diminuições nos lucros de negócios próprios, e tiveram que cortar despesas essenciais. Esses foram os lares que constituem o grupo com maior proporção de insegurança alimentar leve – por volta de 40%.

Participaram do estudo 2.180 domicílios nas cinco regiões do país, em áreas urbanas e rurais, entre 5 e 24 de dezembro de 2020.

VOZES SEM FOME
Diante desse cenário, diversos projetos sociais têm criado iniciativas para apoiar as famílias que estão em situação de fome. O Instituto Vozes das Periferias | Gerando Falcões, por exemplo, criou a campanha Vozes sem fome que visa arrecadar recursos para reverter em cestas básicas, kits de higiene e itens de proteção individual.

Nós atendemos mais de 2 mil famílias nas favelas da Vila Prudente e Jd. Sinhá e estamos lutando diariamente para democratizar o acesso à informação, cultura, esporte e qualificação profissional, e, agora, contra a fome. Nesse momento, é importante a união e colaboração de todos, pois só assim conseguiremos vencer essa batalha e salvar vidas. Se você quer nos ajudar nessa missão, apoie a campanha e contribua pelo http://bit.ly/vozessemfome ou faça uma transferência para o pix 35896674000109.

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