Mais que um filme, a personificação de legado e propósito
Pantera Negra, encarnado por Chadwick Boseman é o símbolo de uma transformação e o propósito que podemos ter
Costumeiramente vemos uma infinidade de pessoas falar sobre legado, sobre a marca que nós vamos deixar no mundo e aí surge 2020 que tem feito a gente organizar melhor as ideias e o que é “legado”. Das empresas às personalidades artísticas e de influência, geral com a pandemia da COVID-19 tem olhado para isso e se perguntado sobre qual o selo deixará para as gerações futuras. É certo que legado não será feito se não houver um propósito muito forte.
A palavra “propósito” para mim sempre esteve latente, vez ou outra ela surgia em uma conversa com amigos, parceiros e até mesmo pessoas que hoje investem no nosso impacto social. Mas eu nunca, de verdade mesmo, havia entendido qual era o meu até enfim me ver e entender sobre o tom da minha pele, sobre os meus antepassados. No dicionário “legado” é aquilo que é passado de uma geração para a outra. Para mim, é a transformação que fazemos para a nossa gente e o futuro dessas pessoas.
Mas por qual motivo eu estou relacionando legado e propósito ao filme ‘Pantera Negra’? Respondo: porque desde a divulgação do falecimento do ator Chadwick Boseman eu vejo milhares de publicações manifestando a importância de todos os ensinamentos que ele com T’Challa compartilhou e, talvez, este seja o momento de nossa geração entender o que é legado e propósito. Como o próprio Boseman disse em seu discurso na universidade de Howard: “Este é o seu momento”.
Chadwick nos deixou no dia 28 de agosto, mesmo dia em que Martin Luther King fez o tão importante e histórico discurso “Eu tenho um sonho”. Eu não conheci os dois pessoalmente, mas ambos deixaram marcas fortes em meus valores, minha autoestima e na minha caminhada. Boseman e Martin Luther King não eram da minha família, mas foi criado para mim o sentimento de carinho, apego e proteção como para um familiar de sangue. E é certo que para milhões e milhões de pessoas também.
Chadwick se foi combatendo o bom combate e deixando marcas históricas em diferentes pessoas ao redor do mundo. Não à toa as redes sociais estão com milhares de homenagens, os apresentadores de TV agradecendo ao vivo a contribuição dele ao mundo e as TVs, no Brasil e EUA, exaltando a sua passagem e exibindo o longa ‘Pantera Negra’ para seus respectivos telespectadores. Pantera Negra não é apenas um filme, nem mesmo apenas uma mensagem, é a retratação da vida de milhões e milhões de pessoas. É a força do preto e a experiência e inteligência da África que muitos negros não conheciam ou assumiam.
Nós precisamos de Chadwick vivo, sorridente, motivado e inspirador para nos fazer entender a nossa potência para sempre. Nós precisamos de Pantera Negra e Wakanda. Obrigado, Chadwick Boseman por encarnar o Pantera Negra, legado e propósito! Você com a sua imensa solidariedade e amor me ensinou há 3 anos que eu posso impulsionar e inspirar a próxima geração com educação, cultura e a potência preta das favelas da Vila Prudente, Jd. Sinhá e Brasilândia, assim como quando levamos dezenas e dezenas de crianças e jovens para o cinema para te assistir e se reconhecerem em você.
Mikaelly conta como foi a experiência de participar do curso de arquitetura e construir o próprio projeto de reforma do nosso escritório.
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Mikaelly, 16 anos
Mikaelly, 16 anos, é aluna de qualificação do Vozes das Periferias. Em 2019, se formou no curso de Arquitetura e foi convidada, junto com outros 3 colegas de classe, a criar o projeto de reforma do nosso escritório. O espaço passou por uma grande mudança e hoje conseguimos utilizar muito melhor nossas salas.A jovem também realizou outros cursos da área de tecnologia e comunicação, e seu crescimento está sendo muito maior do que o esperado."O Vozes é uma escada para as realizações do meu sonho. Lá eu aprendi que para você vencer tem que ter, acima de tudo, garra".Mika também é voluntária de operações gerais e nos auxilia em nossas atividades de esporte, cultura e qualificação profissional. Sem dúvidas, essa jovem sonhadora ainda vai conquistar o mundo.
Luiz Alberto, 20 anos
Luiz foi aluno do curso de Gestão de Projetos, em parceria com a Comparex, em 2018. A dedicação do jovem durante as aulas o fez estar entre os melhores, concorrendo por uma vaga de emprego na empresa apoiadora."Participar deste curso foi um divisor de águas em minha vida profissional e pessoal, porque lá eu e meus colegas aprendemos muito mais do que as práticas de gestão de projetos, nós aprendemos valores que levaremos para a vida como o #TamoJunto e o #VaiKida".Hoje, Luiz trabalha na SoftwareONE, antiga Comparex, onde cresce a cada dia junto com profissionais qualificados e trilha a sua carreira. Sem dúvidas, essa oportunidade mudou a vida do jovem e abriu diversas portas, transformando sua história e a de sua família.
Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11
Os irmãos Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11, são alunos da oficina de Dança de Rua do Vozes das Periferias e dão um show de talentos.Os b-boys fazem da arte a força para superar qualquer dificuldade e só abaixam a cabeça se for um passo da dança. Eles se dedicam a aprender e a serem melhores a cada dia, desde o hip hip até o passinho do funk. Os meninos ainda se apresentam em locais como a Av. Paulista e estações do metrô, mostrando que a favela é potência e cultura de rua pode chegar onde quiser.
Kayrone, 15 anos
Kayrone, 15 anos, é aluna da oficina de Jiu Jitsu do Vozes das Periferias e voluntária do projeto auxiliando os mais novos durante a aula. Desde o início se mostrou muito interessada e pró-ativa, querendo aprender sempre mais. A princípio seu objetivo era usar o esporte como uma forma de autodefesa, já que os casos de violência contra mulher estão cada vez maiores. Mas com o tempo foi se encantando e trazendo o Jiu Jitsu para vida."O que eu mais gosto no jiu é que independente da sua faixa ou tempo de treino todos se ajudam e crescem juntos".Hoje, Kayrone treina na Academia Nova União SP Mooca, onde ganhou uma bolsa graças a ponta feita pelo atleta e professor Erick Silva.Sua força e garra representa a classe feminina das favelas. Voe alto!