O que a música significa pra você?Eu sempre falo pra qualquer pessoa que me pergunta isso, a música pra mim é tudo, no sentido literal: a música move o mundo! Imagina um mundo sem música? Sem festas, sem rolê, sem barzinho, sem shows, sem playlist, no geral, sem música... Não seria um caos? A música pra mim é isso, sem ela o mundo não seria o mesmo, ouço música pra ir trabalhar, pra tomar banho, pra limpar meu quarto, pra qualquer coisa.
Como você começou na música?Não me recordo o ano exato, mas foi por volta de 2011/2012 eu passei de ouvinte do funk e do rap, pra cantor. Comecei a rimar igual os músicos que cantavam, na escola eu fazia rodinha de rima com os parceiros, e ali era uma brincadeira que durou anos. Então, em 2016, eu comecei a escrever minhas primeiras letras, guardava pra mim mesmo, cantava e gravava um áudio pra ficar ouvindo em casa. Isso eu comigo mesmo, sem ninguém saber. Foi aí que do nada eu decidi colocar um vídeo cantando no meu perfil do Facebook, lá em 2017, e muita gente viu e gostou. Aí eu fui fazendo e fazendo, e um Dj, o Dj Dengue (Douglas) criador do Studio Made In Favela, postou lá no Facebook perguntando quem gostaria de participar de um projeto de rap envolvendo pessoas da vila prudente, de preferência da quebrada, foi ai que eu me ofereci e rolou o projeto. Escrevi a letra, gravei o som e sai num vídeo clipe com mais 7 músicos e 1 DJ, se chama Cypher Vila Prudente, daí em diante não parei mais.
Alguém te inspirou a seguir esse caminho?Na verdade eu comecei o rap na dança, no breaking, quando eu era do fundamental, eu dançava com amigos meu. Quem me ensinou a dançar e dar saltos mortais foi o Bboy Igor, que dança até hoje e já apareceu até na televisão, com uma matéria exclusiva dele. Mas na música, a cantar, acho que veio naturalmente, e a continuar sempre tive meus amigos do lado, alguns que seguiram o mesmo caminho, e daí um ajuda outro.
Você falou que dança desde pequeno. Como isso começou?Começou no fundamental, na quinta série. Meu amigo dançava e eu e outros meninos ia no embalo dele porque ele era o mais velho da turma. E ele ensinava à gente dançar, tinha show de talentos a gente se apresentava e tals.
A vivência na periferia influencia sua música?Morando aqui eu já passei por muita coisa que muita gente não passou. Eu quero contar pras pessoas como é difícil, porque vejo muita gente falando coisas que não convém. Muita gente que não é de favela, que fala que favela é isso, favela é aquilo. Então por ser um favelado eu quero expressar na música tudo que eu tenho pra dizer. Em muitas músicas, e também falar da minha história, da cultura dentro da favela, que nem todo mundo é bandido, etc.
Você acabou de lançar a música “Menor Sonhador”. Você pode falar um pouco sobre essa música?Essa música conta um pouco do meu passado, da minha infância, das dificuldades, tento passar uma visão pra quem ouve, de que mesmo na dificuldade o crime nunca compensou, e nunca vai compensar, de que a gente pode tudo, de que somos o que quisermos ser. A música fala por si mesma, só ouvindo ela pra entender.
Você pode falar um pouco sobre a sua participação no Cypher Vila Prudente? Como isso aconteceu e o que isso significou pra você?Como a música, a cypher é tudo pra mim. Foi o ponta pé inicial na minha carreira, com vídeo clipe e música oficial num estúdio profissional. Foi um sonho realizado, foi a primeira experiência com clipe, conheci pessoas que fizeram a diferença e hoje somos parceiros. Por conta da cypher eu fui visto pela minha quebrada pela primeira vez de uma forma artística, recebi e recebo elogios até hoje sobre minha participação nela, mudou minha vida e fez eu querer essa vida mais ainda, foi a prova de que eu gosto disso e eu vou fazer isso.
Quais seus planos futuros?Ser conhecido e viver da música.
Confira o último lançamento de Marlon MC:
Marlon - Menor Sonhador (Prod. IcaroBeats)