Wallace Morais
25/09/2020

Muito além de roupas, mulheres empreendem arte e cultura através da moda

Por meio de loja virtual, dupla inspira e resignifica o conceito de moda
Muito além de roupas e vestuário, duas mulheres periféricas criaram um empreendimento em que comunicam arte, cultura e inspiram outras mulheres à seguirem seu caminho de autonomia e liberdade. A Clarice é a marca de moda idealizada por Karina Martinez e Erika Nascimento, mulheres periféricas insatisfeitas com o mercado da moda e que construíram seu negócio em homenagem a escritora brasileira Clarice Lispector.
Karina e Erika fundaram a Clarice em meados de 2019 com o intuito de proporcionar uma experiência diferente para o consumidor de moda, principalmente nas periferias. Para muito além de vender roupas, as criadoras da marca querem falar de cultura, arte, música, cinema e mostrar como tudo isso está presente na moda. Através das redes sociais e seu portal de vendas, a Clarice traz consigo um significado para cada peça e convida seus consumidores à conhecerem um universo à parte.
Karina, mulher branca de 24 anos, é formada em Moda e Pós-Graduada em Gestão de Marcas e moradora do Jardim Dona Sinhá. Por sua vez, Erika, mulher negra de 40 anos é formada em Negócios da Moda e mora no Jardim Floresta, na região do Grajaú, zona sul. Apesar da divisão de cargos, ambas dividem a vontade de levar a moda ao conhecimento das pessoas em todos os espaços..

”Nosso objetivo inicial é criar a moda que acreditamos, com cuidado aos detalhes, com amor, com referências de um país rico em cultura que é o nosso, comunicando e inspirando pessoas através da moda, e mostrando que ela pode ir muito além das roupas. Com isso, e para fazer jus ao nome que carregamos, temos projetos relacionados ao incentivo à leitura através de doações de livros, principalmente em regiões periféricas onde o acesso é mais restrito”, diz Karina sobre os objetivos do negócio.
Ensaio fotográfico de lançamento da coleção da marca Clarice / Foto: Arquivo Pessoal
Além do próprio empreendimento e lucro com as vendas, a iniciativa busca inspirar outras pessoas que sonham em criar seu próprio empreendimento, principalmente mulheres de periferias. “Esperamos transmitir principalmente esperança, por sermos mulheres periféricas que conseguiram construir uma empresa com valores sólidos para além do consumo, entregando cultura e moda com propósito. Acreditamos que a educação é capaz de nos levar a qualquer posição e esperamos ser um pequeno exemplo de como é possível ascender em meio ao caos.”, explicam as sócias.
Nem mesmo a pandemia impediu Karina e Erika de continuarem suas atividades, mas foram além, com postagens relacionando desafios que mulheres e homens passaram a enfrentar com o isolamento e quarentena impostos com a pandemia de Corona vírus. Mensagens de apoio emocional tomaram as redes da marca, que mostrou uma relação da Clarice maior do que assuntos da moda, mas com uma conexão com seus consumidores e reforçando o desejo de Karina e Erika em trazer um novo significado ao mundo da moda.
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