Parceiros e familiares são os principais responsáveis por casos de feminicídio
Pesquisa feita no mês do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher mostra dados sobre feminicídio em todo o mundo
Em 1999, a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 25 de novembro como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher para alertar a sociedade sobre casos de violência e maus tratos contra as mulheres e meninas. Divulgado há alguns dias antes da data em 2022, estudo revela que parceiros e familiares são os principais responsáveis por casos de feminicídio. Continue comigo para entender mais sobre esse tipo de crime e qual o impacto dele no mundo todo.
O que é feminicídio?
De acordo com Letícia Armindo, psicóloga e coordenadora de operações do Vozes das Periferias, feminicídio é todo o crime cometido contra uma mulher, normalmente feito por alguém do âmbito familiar ou que a vítima tenha relação afetuosa como pai e marido, por exemplo.
De acordo com ela, ações para promover a garantia de direitos podem diminuir esse tipo de crime. Por isso, é importante a realização de debates e mobilizações que abordem a igualdade de gêneros e a proteção à mulher.
A pesquisa divulgada recentemente mostra que, apesar do intenso debate, as mulheres ainda perdem suas vidas devido à violência de gênero.
Foto: Maxim Hopman/Unsplash
Índices de feminicídio no mundo
A pesquisa divulgada pela ONU Mulheres e Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc) mostra dados sobre feminicídio em 2021.
De acordo com ele, de todos os crimes classificados como feminicídios em 2021, 56% foram pelas mãos de parceiros íntimos ou familiares. Outro indicador preocupante revelado pela pesquisa é a morte de cinco meninas ou mulheres a cada hora.
O número pode ser ainda maior, se levarmos em conta que há muitos casos que não são notificados ou comprovados que se tratam de um feminicídio. Além disso, há muitos outros tipos de violência contra mulheres e meninas como assédio sexual, agressões físicas e psicológicas.
Por isso, é cada vez mais importante ações e debates que falem sobre o tema, assim como Armindo ressaltou. E lembre-se: você, como cidadã, pode denunciar qualquer tipo de crime contra o sexo feminino ligando no 180 na Central de Atendimento à Mulher.
É importante que todos façam a sua parte para garantir a igualdade de gênero e um mundo melhor.
Mikaelly conta como foi a experiência de participar do curso de arquitetura e construir o próprio projeto de reforma do nosso escritório.
Saiba mais
Mikaelly, 16 anos
Mikaelly, 16 anos, é aluna de qualificação do Vozes das Periferias. Em 2019, se formou no curso de Arquitetura e foi convidada, junto com outros 3 colegas de classe, a criar o projeto de reforma do nosso escritório. O espaço passou por uma grande mudança e hoje conseguimos utilizar muito melhor nossas salas.A jovem também realizou outros cursos da área de tecnologia e comunicação, e seu crescimento está sendo muito maior do que o esperado."O Vozes é uma escada para as realizações do meu sonho. Lá eu aprendi que para você vencer tem que ter, acima de tudo, garra".Mika também é voluntária de operações gerais e nos auxilia em nossas atividades de esporte, cultura e qualificação profissional. Sem dúvidas, essa jovem sonhadora ainda vai conquistar o mundo.
Luiz Alberto, 20 anos
Luiz foi aluno do curso de Gestão de Projetos, em parceria com a Comparex, em 2018. A dedicação do jovem durante as aulas o fez estar entre os melhores, concorrendo por uma vaga de emprego na empresa apoiadora."Participar deste curso foi um divisor de águas em minha vida profissional e pessoal, porque lá eu e meus colegas aprendemos muito mais do que as práticas de gestão de projetos, nós aprendemos valores que levaremos para a vida como o #TamoJunto e o #VaiKida".Hoje, Luiz trabalha na SoftwareONE, antiga Comparex, onde cresce a cada dia junto com profissionais qualificados e trilha a sua carreira. Sem dúvidas, essa oportunidade mudou a vida do jovem e abriu diversas portas, transformando sua história e a de sua família.
Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11
Os irmãos Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11, são alunos da oficina de Dança de Rua do Vozes das Periferias e dão um show de talentos.Os b-boys fazem da arte a força para superar qualquer dificuldade e só abaixam a cabeça se for um passo da dança. Eles se dedicam a aprender e a serem melhores a cada dia, desde o hip hip até o passinho do funk. Os meninos ainda se apresentam em locais como a Av. Paulista e estações do metrô, mostrando que a favela é potência e cultura de rua pode chegar onde quiser.
Kayrone, 15 anos
Kayrone, 15 anos, é aluna da oficina de Jiu Jitsu do Vozes das Periferias e voluntária do projeto auxiliando os mais novos durante a aula. Desde o início se mostrou muito interessada e pró-ativa, querendo aprender sempre mais. A princípio seu objetivo era usar o esporte como uma forma de autodefesa, já que os casos de violência contra mulher estão cada vez maiores. Mas com o tempo foi se encantando e trazendo o Jiu Jitsu para vida."O que eu mais gosto no jiu é que independente da sua faixa ou tempo de treino todos se ajudam e crescem juntos".Hoje, Kayrone treina na Academia Nova União SP Mooca, onde ganhou uma bolsa graças a ponta feita pelo atleta e professor Erick Silva.Sua força e garra representa a classe feminina das favelas. Voe alto!