Podcast: ferramenta de informação e entretenimento
O Brasil é o segundo maior mercado no segmento dentro das plataformas de áudio
O podcast é um serviço disponibilizado em streamings de áudios, surgiu por volta do ano 2000. Atualmente faz do Brasil o segundo maior mercado no segmento, ficando atrás somente dos Estados Unidos. Pesquisa do ibope aponta que 40% dos usuários de internet no país são ouvintes de programas de áudio sob demanda, atualmente, existem por volta de 500 mil programas disponibilizados só no Spotify.
Os criadores do programa “O pipoqueiro” se conheceram nos corredores da faculdade de Psicologia. Fabio Castilho, 28, Marlon Corrêa, 30, e Patrick Stefanini, 23, moradores de São Miguel Paulista, Itaquera e Tiradentes, regiões na zona leste de São Paulo.
Patrick é o idealizador do projeto e explica que a ideia surgiu escutando um outro podcast sugerido pelo amigo (Fabio) que também é um pipoqueiro (apelido dado aos integrantes do programa). Para os amigos, a semelhança na comunicação fez com que o interesse por gravar conversas entre eles viesse à tona, e que isso seria interessante para mais pessoas. “A gente sempre gostou de falar e conversar muito”, afirmam.
Em junho de 2019 foi lançado o primeiro episódio do programa, mas foi em outubro do mesmo ano que o projeto tomou forma com novos equipamentos. Até então, já foram lançados 19 episódios.
O importante para os idealizadores é dialogar sobre a questão e não impor regras. Afirmam que, é necessário pensar diferente uns dos outros, pois isso faz parte do processo criativo. Os temas devem ser interessantes para que as pessoas reflitam e não somente escutem os episódios, o que aproxima mais ouvintes e aumenta a audiência por meio da identificação de quem escuta. “É também mostrar que a periferia não é uma massa de manobra alienada”, aponta Marlon.
Um diferencial para os podcasts é a frequência de postagens e temáticas, essas devem ser organizadas de acordo com o público alvo. A finalização do primeiro episódio de “O pipoqueiro” demorou um mês. Patrick brinca ao dizer que os tópicos são decididos brigando. “É legal você saber que uma pessoa que está no mesmo lugar que você, se identifica com o que você fala, é um processo de aprendizado e autoconhecimento”, diz.
Foto: Divulgação
No começo do programa as maiores dificuldades eram a edição e materiais necessários, atualmente, são as decisões de pautas. “É algo que consome muito tempo e energia”, conclui Patrick. Para os amigos, a divisão de tarefas gera um formato novo ao programa. No começo somente um deles ficava responsável por todo o processo de edição, com o tempo cada um aderiu funções.
Em levantamento de dados da plataforma Deezer, o consumo de podcast cresceu 67% em 2019. Do primeiro episódio até o último lançado, exigiu do grupo uma jornada de descobertas. Um meio que se mostra democrático e com facilidade de manuseio.
“Podemos falar abertamente sobre assuntos diversos sem problema nenhum”, comenta Fabio.
No início do programa os ouvintes não passavam de 30 e depois de um episódio de maior repercussão, surgiram 4 mil novos ouvintes ao programa.
Quem é “O pipoqueiro”? É um sentido de pipocar, segundo os amigos. Parafraseando um texto de Rubem Alves, “A Pipoca”. Marlon diz “A pipoca quando submetida a pressão ela estoura, tal qual a periferia”. Para Fabio o pipoqueiro é “Não se contentar com o trivial, o cotidiano, o dia a dia, temos que falar das nossas vidas”. O foco do grupo é deixar ideias fluírem, assim como o pipoqueiro, pois o mesmo deixa a vida mais satisfatória. “O pipoqueiro tange toda a periferia”, finaliza Patrick
Mikaelly conta como foi a experiência de participar do curso de arquitetura e construir o próprio projeto de reforma do nosso escritório.
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Mikaelly, 16 anos
Mikaelly, 16 anos, é aluna de qualificação do Vozes das Periferias. Em 2019, se formou no curso de Arquitetura e foi convidada, junto com outros 3 colegas de classe, a criar o projeto de reforma do nosso escritório. O espaço passou por uma grande mudança e hoje conseguimos utilizar muito melhor nossas salas.A jovem também realizou outros cursos da área de tecnologia e comunicação, e seu crescimento está sendo muito maior do que o esperado."O Vozes é uma escada para as realizações do meu sonho. Lá eu aprendi que para você vencer tem que ter, acima de tudo, garra".Mika também é voluntária de operações gerais e nos auxilia em nossas atividades de esporte, cultura e qualificação profissional. Sem dúvidas, essa jovem sonhadora ainda vai conquistar o mundo.
Luiz Alberto, 20 anos
Luiz foi aluno do curso de Gestão de Projetos, em parceria com a Comparex, em 2018. A dedicação do jovem durante as aulas o fez estar entre os melhores, concorrendo por uma vaga de emprego na empresa apoiadora."Participar deste curso foi um divisor de águas em minha vida profissional e pessoal, porque lá eu e meus colegas aprendemos muito mais do que as práticas de gestão de projetos, nós aprendemos valores que levaremos para a vida como o #TamoJunto e o #VaiKida".Hoje, Luiz trabalha na SoftwareONE, antiga Comparex, onde cresce a cada dia junto com profissionais qualificados e trilha a sua carreira. Sem dúvidas, essa oportunidade mudou a vida do jovem e abriu diversas portas, transformando sua história e a de sua família.
Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11
Os irmãos Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11, são alunos da oficina de Dança de Rua do Vozes das Periferias e dão um show de talentos.Os b-boys fazem da arte a força para superar qualquer dificuldade e só abaixam a cabeça se for um passo da dança. Eles se dedicam a aprender e a serem melhores a cada dia, desde o hip hip até o passinho do funk. Os meninos ainda se apresentam em locais como a Av. Paulista e estações do metrô, mostrando que a favela é potência e cultura de rua pode chegar onde quiser.
Kayrone, 15 anos
Kayrone, 15 anos, é aluna da oficina de Jiu Jitsu do Vozes das Periferias e voluntária do projeto auxiliando os mais novos durante a aula. Desde o início se mostrou muito interessada e pró-ativa, querendo aprender sempre mais. A princípio seu objetivo era usar o esporte como uma forma de autodefesa, já que os casos de violência contra mulher estão cada vez maiores. Mas com o tempo foi se encantando e trazendo o Jiu Jitsu para vida."O que eu mais gosto no jiu é que independente da sua faixa ou tempo de treino todos se ajudam e crescem juntos".Hoje, Kayrone treina na Academia Nova União SP Mooca, onde ganhou uma bolsa graças a ponta feita pelo atleta e professor Erick Silva.Sua força e garra representa a classe feminina das favelas. Voe alto!