Como eventos públicos estão aproximando pessoas em tempos de distanciamento social
Organizados por coletivos, os saraus ocupam lugares comuns na cidade, transformando-os em espaços artístico-culturais abertos a receber poesia, dança e música de seus frequentadores. Dentro das periferias, eles também dão voz a seus moradores, disseminando a potência da literatura local.
A ocupação desses espaços pode vir de uma troca com sua comunidade, como nos indica Dandara Sousa, organizadora do Sarau Apoema, do Jardim Ângela, em atividades há apenas dois anos. O coletivo conta com o apoio de associações e comércio local para realizar suas edições presenciais, que estavam programadas para acontecer mensalmente em sua sede, na Sociedade Santos Martires. Porém, com a chegada da pandemia, tiveram que se reinventar: suas edições migraram para o formato online, mas ainda contando com o apoio da comunidade, com uma barbearia tradicional do Jardim Ângela disponibilizando sua página no Facebook para a realização de uma das edições durante o distanciamento social.
Para além do Sarau, Dandara fala sobre a transformação que o bairro vem tendo a partir das iniciativas culturais de seus moradores: “O Jardim Ângela há muito tempo atrás era um dos bairros mais perigosos [da cidade]. Hoje a gente ainda tem muita violencia, mas o que tá sobressaindo tudo isso é a arte, é a cultura.”
O comprometimento com a disseminação da arte e cultura vai além dos eventos: com projetos de oficinas literárias e os saraus, atualmente o Apoema é financiado totalmente por seus organizadores, mas a ideia é escrever futuramente para editais.
Confira abaixo alguns Saraus que aderiram ao formato remoto: Sarau Apoema Formado em 2018, tem usado o Facebook como principal plataforma de suas atividade durante o distanciamento social. https://www.facebook.com/sarauapoema https://www.instagram.com/sarauapoema/
Elo da Corrente Fundado em 2007, o Coletivo Literário Elo da Corrente realiza seus saraus no Bar do Santista, em Pirituba. Atualmente os eventos adquiriram formato remoto, sendo realizados por lives no Instagram e disponibilizados no IGTB do grupo. Instagram: https://www.instagram.com/sarauelodacorrente2007/ https://www.facebook.com/ElodaCorrentesarau
Sarau da Brasa Com 12 anos recém completados, o Sarau da Brasa têm usado o Facebook para fazer lives na sua página do Facebook: https://www.facebook.com/Sarau-da-Brasa https://www.instagram.com/saraudabrasa/
Sarau Urutu O evento recebe o nome da rua onde acontece, Urutu, na Zona Leste de São Paulo. Atualmente o sarau acontece duas vezes ao mês, aos domingos, no Facebook. https://www.facebook.com/sarauurutu https://www.instagram.com/sarau_urutu/
Mikaelly conta como foi a experiência de participar do curso de arquitetura e construir o próprio projeto de reforma do nosso escritório.
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Mikaelly, 16 anos
Mikaelly, 16 anos, é aluna de qualificação do Vozes das Periferias. Em 2019, se formou no curso de Arquitetura e foi convidada, junto com outros 3 colegas de classe, a criar o projeto de reforma do nosso escritório. O espaço passou por uma grande mudança e hoje conseguimos utilizar muito melhor nossas salas.A jovem também realizou outros cursos da área de tecnologia e comunicação, e seu crescimento está sendo muito maior do que o esperado."O Vozes é uma escada para as realizações do meu sonho. Lá eu aprendi que para você vencer tem que ter, acima de tudo, garra".Mika também é voluntária de operações gerais e nos auxilia em nossas atividades de esporte, cultura e qualificação profissional. Sem dúvidas, essa jovem sonhadora ainda vai conquistar o mundo.
Luiz Alberto, 20 anos
Luiz foi aluno do curso de Gestão de Projetos, em parceria com a Comparex, em 2018. A dedicação do jovem durante as aulas o fez estar entre os melhores, concorrendo por uma vaga de emprego na empresa apoiadora."Participar deste curso foi um divisor de águas em minha vida profissional e pessoal, porque lá eu e meus colegas aprendemos muito mais do que as práticas de gestão de projetos, nós aprendemos valores que levaremos para a vida como o #TamoJunto e o #VaiKida".Hoje, Luiz trabalha na SoftwareONE, antiga Comparex, onde cresce a cada dia junto com profissionais qualificados e trilha a sua carreira. Sem dúvidas, essa oportunidade mudou a vida do jovem e abriu diversas portas, transformando sua história e a de sua família.
Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11
Os irmãos Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11, são alunos da oficina de Dança de Rua do Vozes das Periferias e dão um show de talentos.Os b-boys fazem da arte a força para superar qualquer dificuldade e só abaixam a cabeça se for um passo da dança. Eles se dedicam a aprender e a serem melhores a cada dia, desde o hip hip até o passinho do funk. Os meninos ainda se apresentam em locais como a Av. Paulista e estações do metrô, mostrando que a favela é potência e cultura de rua pode chegar onde quiser.
Kayrone, 15 anos
Kayrone, 15 anos, é aluna da oficina de Jiu Jitsu do Vozes das Periferias e voluntária do projeto auxiliando os mais novos durante a aula. Desde o início se mostrou muito interessada e pró-ativa, querendo aprender sempre mais. A princípio seu objetivo era usar o esporte como uma forma de autodefesa, já que os casos de violência contra mulher estão cada vez maiores. Mas com o tempo foi se encantando e trazendo o Jiu Jitsu para vida."O que eu mais gosto no jiu é que independente da sua faixa ou tempo de treino todos se ajudam e crescem juntos".Hoje, Kayrone treina na Academia Nova União SP Mooca, onde ganhou uma bolsa graças a ponta feita pelo atleta e professor Erick Silva.Sua força e garra representa a classe feminina das favelas. Voe alto!