Vozes das Periferias ultrapassa 6 mil famílias atendidas durante a pandemia
Instituto vem realizando campanhas de arrecadação e ações assistenciais nas favelas da Vila Prudente
Desde o início da pandemia do COVID-19 no Brasil, o Instituto Vozes das Periferias vem realizando campanhas de arrecadação e ações assistenciais nas favelas da Vila Prudente e em outras regiões periféricas da cidade de São Paulo.
Devido à crise financeira durante a pandemia, o desemprego e a fome bateram na porta de centenas de famílias. E o que fazer para amenizar os efeitos dessa situação?
Pensando nisso, o Instituto criou campanhas digitais e parcerias com pessoas e empresas que se mobilizam e confiam no trabalho social. Com o intuito de saciar as necessidades básicas, iniciamos uma mega mobilização na tentativa de amenizar os impactos sociais.
Até o momento, foram atendidas 57 favelas e 6.750 famílias, contabilizando um total de 30.540 pessoas. Todas estão cadastrados em nossas plataformas e recebem um acompanhamento mensal, com doações de cestas básicas, kits de higiene e produtos de limpeza, além de ligações telefônicas para atualizar o acompanhamento familiar.
“Neste momento, todas as famílias que atendemos estão passando por diversas dificuldades como falta de alimentos, oportunidades e perspectivas de futuro. Com a pandemia a equipe do Vozes está ainda mais dedicada em buscar formas de apoiar essas famílias e todo o território da Vila Prudente e região. A nossa maior demanda nesse momento é a questão do assistencialismo com alimentação e conscientização do COVID-19, levando informação sobre a prevenção e a importância do isolamento social”, diz Letícia Armindo, coordenadora de operação do Vozes.
O time do Vozes, voluntários e apoiadores embarcaram em uma única missão: transformar vidas e mudar a realidade das favelas. Mesmo com atividades a distância e atendimentos agendados, buscam se manter presentes e ativos no dia a dia da quebrada.
“Eu me sinto muito feliz, motivada e com a certeza de que estou no caminho certo do meu propósito que é essa transformação social, além de ser grata por estar envolvida em uma equipe maravilhosa com o mesmo objetivo que o meu” diz Letícia.
Mikaelly conta como foi a experiência de participar do curso de arquitetura e construir o próprio projeto de reforma do nosso escritório.
Saiba mais
Mikaelly, 16 anos
Mikaelly, 16 anos, é aluna de qualificação do Vozes das Periferias. Em 2019, se formou no curso de Arquitetura e foi convidada, junto com outros 3 colegas de classe, a criar o projeto de reforma do nosso escritório. O espaço passou por uma grande mudança e hoje conseguimos utilizar muito melhor nossas salas.A jovem também realizou outros cursos da área de tecnologia e comunicação, e seu crescimento está sendo muito maior do que o esperado."O Vozes é uma escada para as realizações do meu sonho. Lá eu aprendi que para você vencer tem que ter, acima de tudo, garra".Mika também é voluntária de operações gerais e nos auxilia em nossas atividades de esporte, cultura e qualificação profissional. Sem dúvidas, essa jovem sonhadora ainda vai conquistar o mundo.
Luiz Alberto, 20 anos
Luiz foi aluno do curso de Gestão de Projetos, em parceria com a Comparex, em 2018. A dedicação do jovem durante as aulas o fez estar entre os melhores, concorrendo por uma vaga de emprego na empresa apoiadora."Participar deste curso foi um divisor de águas em minha vida profissional e pessoal, porque lá eu e meus colegas aprendemos muito mais do que as práticas de gestão de projetos, nós aprendemos valores que levaremos para a vida como o #TamoJunto e o #VaiKida".Hoje, Luiz trabalha na SoftwareONE, antiga Comparex, onde cresce a cada dia junto com profissionais qualificados e trilha a sua carreira. Sem dúvidas, essa oportunidade mudou a vida do jovem e abriu diversas portas, transformando sua história e a de sua família.
Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11
Os irmãos Kelvin, 8 anos, e Kelveson, 11, são alunos da oficina de Dança de Rua do Vozes das Periferias e dão um show de talentos.Os b-boys fazem da arte a força para superar qualquer dificuldade e só abaixam a cabeça se for um passo da dança. Eles se dedicam a aprender e a serem melhores a cada dia, desde o hip hip até o passinho do funk. Os meninos ainda se apresentam em locais como a Av. Paulista e estações do metrô, mostrando que a favela é potência e cultura de rua pode chegar onde quiser.
Kayrone, 15 anos
Kayrone, 15 anos, é aluna da oficina de Jiu Jitsu do Vozes das Periferias e voluntária do projeto auxiliando os mais novos durante a aula. Desde o início se mostrou muito interessada e pró-ativa, querendo aprender sempre mais. A princípio seu objetivo era usar o esporte como uma forma de autodefesa, já que os casos de violência contra mulher estão cada vez maiores. Mas com o tempo foi se encantando e trazendo o Jiu Jitsu para vida."O que eu mais gosto no jiu é que independente da sua faixa ou tempo de treino todos se ajudam e crescem juntos".Hoje, Kayrone treina na Academia Nova União SP Mooca, onde ganhou uma bolsa graças a ponta feita pelo atleta e professor Erick Silva.Sua força e garra representa a classe feminina das favelas. Voe alto!